Nem todo ancião nasceu no púlpito. Alguns foram chamados das celas mais escuras. Esse é o caso de Otoniel Alves de Jesus, membro do templo adventista de Beira Mar, na cidade de Rio das Ostras, no território da Associação Rio Fluminense (ARF), sede administrativa regional da denominação para a localidade.

Sua história começou a mudar dentro de um presídio, quando sua irmã compartilhou com uma amiga uma foto dele. Ao saber que estava preso, essa jovem, chamada Cristina, não se afastou. Pelo contrário: passou a estudar a Bíblia com ele por meio de cartas e visitas. Através de projetos que apresentavam o evangelho, Otoniel encontrou em Cristo um novo sentido para a vida — e também encontrou o amor.

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Após sua saída da prisão, o casal enfrentou mais uma prova: Otoniel foi diagnosticado com uma doença grave e precisou de internação intensiva. Durante o tratamento, chegou a ouvir do médico que não teria condições de sair para casar-se. Mas a fé falou mais alto. Cristina se ajoelhou ao lado da cama e orou com ele, mesmo à distância, por telefone. Minutos após a oração, o mesmo médico que antes havia negado a possibilidade de alta, voltou ao quarto e disse que ele poderia sair, com restrições, apenas para realizar o casamento.

Sem recursos financeiros, eles enfrentaram ainda o desafio de adquirir as alianças. Foi então que uma senhora que frequentava sua igreja, hoje já falecida, chamada Francisca, providenciou o necessário. O casamento foi realizado e se tornou um marco de fé e esperança.

Veja mais fotos sobre a história do casal na galeria abaixo:

De convertido a líder

Após o casamento, Otoniel e sua esposa Cristina foram batizados juntos e desde então firmaram o compromisso de não faltar em nenhum culto da igreja. Com o passar do tempo, Otoniel não apenas permaneceu firme na fé, como se tornou ancião. Ao lado da esposa, ele atua ativamente no ministério, cuidando de outras vidas assim como foi cuidado um dia.

Sua história foi compartilhada com centenas de líderes durante o Concílio de Anciãos da Associação Rio Fluminense, realizado em maio deste ano. “Eu era alguém que estava morto… e fui achado pela vida”, declarou ele, emocionado.

Ministério que transforma

A história de Otoniel reforça o papel essencial dos ministérios de evangelismo e da igreja local no acompanhamento e discipulado de novos conversos. Ela também destaca como uma vida transformada pode se tornar instrumento de transformação na vida de outros.