O sábado, assim como o matrimônio, é um dos legados divinos que teve origem no Éden. Ao longo de toda a Bíblia, fica evidente que ele não é uma instituição exclusivamente judaica. Na verdade, o sétimo dia foi estabelecido no princípio da criação, em um ambiente perfeito e antes do pecado, sendo destinado a toda a humanidade. Ele é, portanto, o dia que o Criador apontou para Sua adoração.
Em A Glória do Sábado, Jo Ann Davidson convida a amadurecer a compreensão sobre Deus, explorando o ensino bíblico do dia do Senhor. Doutora em Teologia Sistemática e professora do Seminário Teológico da Universidade Andrews, nos Estados Unidos, a autora faz uma sólida defesa da doutrina bíblica, percorrendo toda a extensão das Escrituras Sagradas: Antigo Testamento e Novo Testamento. Além disso, há um enfoque especial no período intertestamentário, elucidando o pensamento religioso da época e, assim, lançando luz sobre o porquê dos embates de Cristo com os fariseus acerca do tema do sábado.
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No coração dos Dez Mandamentos está o sábado do quarto mandamento, sendo, inclusive, o mais extenso e detalhado de toda a lei. Davidson demonstra que o sábado não é um requisito para a salvação, mas um componente essencial para a manutenção da fé. Afinal, a primeira palavra do mandamento sabático não é “saiba”, mas “lembre-se”, assinalando a necessidade humana de recordar, refletir e nunca se esquecer de seu relacionamento com o seu Criador.
Ao enfatizar que a primeira coisa que Deus santificou não foi um objeto, mas o tempo, A Glória do Sábado destaca como o Deus atemporal adentrou na dimensão humana do tempo, tornando-Se participante dela. O sábado é, como disse o teólogo Karl Barth, “o início da história da humanidade com Deus”, em que Ele “dá forma temporal à Sua liberdade e ao Seu amor ao entrar no sétimo dia”.
A leitura deste livro é fundamental para solidificar a compreensão bíblica a respeito do quarto mandamento. A Glória do Sábado renova o entendimento de que o dia santificado é mais do que uma doutrina: é uma revelação de Deus a Seus filhos.
Oscar Lopes é editor na Casa Publicadora Brasileira.