“A posição financeira da Associação Geral [AG] em 31 de dezembro de 2023 é sólida”, disse o tesoureiro da sede administrativa mundial da Igreja Adventista, Paul H. Douglas, no relatório apresentado aos delegados do Concílio de Primavera da AG, que aconteceu nos dias 9 e 10 deste mês em Silver Spring, Maryland, Estados Unidos.
O estado de solidez, segundo Douglas, é o resultado das bênçãos de Deus e dos esforços conscientes da liderança para conter despesas e, ao mesmo tempo, aumentar os fundos para iniciativas missionárias em todo o mundo.
Saldo positivo
Douglas explicou que a AG encerrou o ano de 2023 com um saldo financeiro positivo. As ofertas superaram em quase 17% o que fora orçado para o ano. As ofertas também se recuperaram após a pandemia; houve um crescimento de 230% em relação a 2022, e um superávit de 31% em relação ao orçamento. “Isso não é obra nossa, é obra de Deus. Fomos lembrados mais uma vez de que, nos momentos turbulentos (...), Deus está no controle, e Ele proverá tudo de que precisamos para fazermos o que nos chamou para fazer”.
Proporção entre dízimos e ofertas
Em 2023, apenas 48% do financiamento da AG veio de dízimos, revertendo uma tendência de anos anteriores. “O equilíbrio relativo entre dízimos e ofertas se deve, em grande parte, à generosidade de nossos membros para apoiar a missão global e não apenas a missão local das igrejas onde congregam”, afirmou Douglas.
Despesas, capital e investimentos
Das despesas da AG em 2023, 43% estão relacionadas a estratégias e suporte à missão. 15% dos gastos foram com desenvolvimento de liderança e prestação de contas, 13% com mídia e publicações, 9% com instituições educacionais, e os outros 20%, com outras despesas. Apesar das pressões inflacionárias, “a AG foi capaz de manter suas despesas iguais ano após ano, o que é um testemunho de nossa atenção cuidadosa com os gastos”, disse Douglas.
Os números de capital de giro e ativos líquidos também foram positivos no ano passado. Esses montantes se refletem na capacidade de uma organização para manter suas atividades diante de uma emergência financeira. Douglas explicou que recomenda-se “um mínimo de seis meses para o capital de giro e um mínimo de três meses que devem estar em ativos líquidos”. Mas a AG tem, por voto da liderança, esses mínimos fixos em 12 e 9 meses, respectivamente. Douglas ficou feliz em informar que, no final de 2023, a AG tinha 13,9 meses de capital de giro e 11,1 meses de ativos líquidos.
Quanto aos investimentos, Douglas lembrou a queda de cerca de 18 milhões de dólares em 2022, causada pela instabilidade dos mercados financeiros, e a recuperação em 2023. “Gostaria de louvar ao Senhor pela significativa mudança de valor de nossos investimentos (...) Sim, os mercados financeiros são voláteis, mas gostaria de assegurar (...) que nossa filosofia de investimento consiste em sermos administradores adequados dos recursos que Deus nos confiou”, salientou.
Economias substanciais
Dando seguimento ao relatório de Tesouraria, o tesoureiro adjunto da AG, Ray Wahlen, informou sobre o limite operacional. Ele expôs com satisfação que, em 2023, a oraganização operou com apenas 76,78% do valor que fora determinado pelo Conselho Diretivo. Segundo Wahlen, ao contrário de ocasiões anteriores, em que os baixos gastos foram consequência de crises financeiras, em 2023, a principal razão para isso foi “a recuperação do dízimo mundial, após a recessão econômica global, em um ritmo que se sobrepõe ao gasto previsto para o funcionamento da sede”.
Fundos de impacto missionário
Paul H. Douglas tende a atribuir a solidez financeira da AG ao cuidado que ela tem com a missão, e mencionou dois fundos específicos pra exemplificar isso.
O primeiro Fundo de Impacto Missionário, implementado em 2021, aporta recursos para apoiar projetos missionários de igrejas locais. Ao proporcionar esse suporte, a liderança da AG mostra sua intenção de "inspirar os templos locais, investir na linha de frente da missão e impactar o mundo para Cristo, uma comunidade de cada vez", enfatizou Douglas.
Concomitantemente, e pela primeira vez, um segundo Fundo de Impacto Missionário alocará recursos em iniciativas evangelísticas de sedes administrativas da Igreja pelo mundo, de 2024 até 2027. A atenção desse fundo será centrada nas regiões que apresentarem um plano abrangente, que envolva seus escritórios regionais e igrejas locais, segundo Douglas.
Mudança de paradigma
Em suma, os responsáveis pela Tesouraria da AG explicaram que as medidas que a organização vêm tomando na área financeira representam uma mudança de paradigma que visa sustentar esforços conjuntos para reorientar o foco na missão. “Se realmente acreditamos que Jesus virá em breve, devemos pensar e agir de forma diferente”, disse Douglas. Ele lembrou que, no passado, as alocações de recursos estavam segmentadas nos programas da Igreja e em gastos sem prestação de contas. “A ideia agora é sermos mais intencionais em nossa estratégia, integrando nossos esforços e investindo para o impacto da missão”, reforçou. O objetivo, segundo ele, é evitar atividades que exijam alto investimento e tenham baixo impacto e focar naquelas que tenham alto impacto.