Os pioneiros adventistas não pensavam em organizar uma igreja. Poucos anos antes de 1844, quando o pregador Guilherme Miller compreendeu que Cristo em breve voltaria, sua mensagem ultrapassou as paredes dos movimentos religiosos estabelecidos nos Estados Unidos. No entanto, seus argumentos não se tornaram populares entre todos, principalmente junto aos ministros, o que gerou a expulsão de fiéis de suas próprias congregações.  

Com isso, o que se viu foi a união de pessoas das mais diferentes tradições religiosas para se preparar para o acontecimento do dia 22 de outubro de 1844, que tinha como base o capítulo 8 do livro de Daniel, no verso 14. Essa foi a data, a partir de uma série de cálculos realizados por Miller e outros, que Jesus deveria retornar a este mundo para acabar com o pecado e restaurar o planeta.

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Na data prevista, milhares de pessoas se reuniram e aguardaram, mas nada aconteceu. O dia ficou marcado na história como O Grande Desapontamento. Ao contrário do que muitos alegam ao criticar os adventistas do sétimo dia, ainda não havia sequer uma denominação com esse nome.

"O desapontamento de outubro de 1844 abalou o milerismo de tal forma que ele se dividiu em várias direções. Muitos mileritas abandonaram o movimento para voltar às suas igrejas de origem ou para outras igrejas influentes. Os mileritas que não abandonaram sua fé no segundo advento ficaram, por fim, polarizados ao redor das interpretações da "porta aberta" e da "porta fechada" (ver Mateus 25:10-12) da experiência de 1844", escreveu o teólogo Alberto R. Timm nas páginas 65 e 66 de seu livro O Santuário e as Três Mensagens Angélicas.[1]

Um desses grupos, que posteriormente ficou conhecido como adventistas sabatistas, continuou a estudar a Bíblia de forma intensa e profunda, e compreendeu que a data estava correta, mas o evento errado. Tratava-se, na verdade, "da passagem de Cristo do lugar santo para o lugar santíssimo do santuário celestial para cumprir o antítipo do ritual do Dia da Expiação do santuário terrestre."[2]

Necessidade de organização

À medida que descobriam mais verdades bíblicas, os adventistas sabatistas foram formando suas bases doutrinárias e expandindo o alcance para que outras pessoas também pudessem compreendê-las. Para isso, empregaram o meio de comunicação mais eficiente da época: a imprensa.

Ao longo de todo o território norte-americano, mais e mais pessoas aceitavam os ensinos apresentados por eles nas décadas de 1850 e 1860, incluindo temas como o santuário e a guarda do sábado.

Mas no ano de 1860, uma decisão precisou ser debatida: realizar uma organização legal. O apoio para isso não era unânime. Havia a defesa de que, ao se organizarem, estariam agindo como Babilônia, do ponto de vista espiritual, e que os sabatistas deveriam continuar unidos apenas pelos “laços de amor”. No entanto, com o crescimento do grupo, muitas definições eram necessárias.

“O objetivo da organização era fazer com que as propriedades da igreja estivessem legalmente em nome da igreja, sendo legalmente administradas, e permitir que os obreiros trabalhassem em harmonia, sem confusão, avançando com planejamento e, portanto, sem distrações.”[3]

Assim, ao se votar pela organização de uma associação de publicações, também foi necessário definir de que forma aquele grupo seria chamado. “Esse assunto novamente gerou uma diversidade de opiniões, alguns pleiteando por um nome e outros por outro. O nome “Igreja de Deus” foi proposto, mas essa proposta foi derrubada, pois não apresentava nenhuma das características distintivas de nossa fé, ao passo que o nome “adventistas do sétimo dia” não apenas proclamava nossa fé na iminente vinda de Cristo, mas também revelava que somos guardadores do sábado do sétimo dia.”[4]

Agora com um nome, em 1861, nasce a estrutura de Associações, sedes administrativas responsáveis por dar suporte e acompanhar as realidades dos templos locais e proteger juridicamente as congregações. E em 21 de maio de 1863, com o crescimento acelerado da denominação, é organizada a Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Unidade global

A Associação Geral foi criada para coordenar o trabalho das Associações locais, proteger suas propriedades, apoiar o envio de missionários para outros territórios, organizar os recursos financeiros e criar um sistema representativo que auxiliasse a condução do trabalho da Igreja.

Por isso, na mesma reunião em que a Associação Geral foi organizada, de 20 a 23 de maio de 1863, também foi realizada a Assembleia da Associação Geral. Essa reunião administrativa foi a primeira a ter delegados das Associações já existentes, permitindo assim contar com a representatividade de delegados que se tornaria uma marca da denominação. Ali também foram escolhidos os administradores mundiais da Igreja, nos cargos de presidente, secretário e tesoureiro.

Seus encontros ocorreram anualmente até 1901 e depois tornaram-se menos frequentes diante de vários desafios mundiais, uma vez que a denominação se expandiu para diversas regiões do globo no início do século XX. E desde 1970, foi estipulado que seriam realizados a cada cinco anos. Fiéis do mundo todo participam das reuniões, além de contar com a presença de delegados vindos das 13 Divisões, que correspondem às regiões administrativas em que a Igreja está dividida, e que tem direito de voz e voto.  

“A Assembleia da Associação Geral tem um papel importantíssimo para a unidade da Igreja. É um momento para definir decisões estratégicas para o futuro da denominação. Além disso, nos permite ver que há pessoas em todo o mundo focadas no mesmo propósito: anunciar o breve retorno de Cristo”, detalha o pastor Stanley Arco, presidente da Igreja Adventista para oito países da América do Sul, território conhecido como Divisão Sul-Americana.

Em 2025, a Assembleia da Associação Geral, em sua 62ª edição, ocorre na cidade de St. Louis, nos Estados Unidos, e deve reunir até 100 mil pessoas dos dias 3 a 12 de julho. Será possível acompanhar a transmissão e os conteúdos sobre esse encontro em um site exclusivo, com conteúdos produzidos pela Agência Adventista Sul-Americana de Notícias (ASN), Adventist News Network (ANN), Revista Adventista em português (CPB), Revista Adventista em espanhol (ACES) e Rádio e TV Novo Tempo. Para acessar a página, clique aqui.

Conheça a seguir as datas e locais onde foram realizadas cada uma das reuniões da Assembleia da Associação Geral ao longo da história da Igreja Adventista do Sétimo Dia:

Conheça mais detalhes sobre a história da Igreja Adventista no filme Como Tudo Começou: