Planejamento estratégico adventista avança de forma colaborativa
Grupo de líderes adventistas discute plano geral para oito países sul-americanos para os próximos cinco anos

Um grupo representativo de administradores e diretores de áreas da Igreja Adventista do Sétimo Dia deu mais um passo importante no processo de elaboração do Planejamento Estratégico Integrado da organização, que abrange o território composto por oito países sul-americanos: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai. Durante seis dias, diversas reuniões estão sendo realizadas em Foz do Iguaçu, no Paraná, com parte da liderança da organização. A finalidade é consolidar mais uma etapa do processo colaborativo de construção de um plano com impacto imediato na pregação do evangelho.
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O grande objetivo do planejamento está bem ilustrado na história de missionários como o casal Francine e Antônio Domingos, moradores do Acre. Eles decidiram se mudar para uma chácara no interior do estado, sem presença adventista, com o propósito de evangelizar. Chegaram à comunidade de Projeto Taquari, próxima à cidade de Cruzeiro do Sul, e ali iniciaram estudos bíblicos e um processo de discipulado com boa parte da população local.
Dezenas de pessoas foram batizadas, uma congregação adventista foi estabelecida e a semente do evangelho germinou. A mensagem bíblica alcançou até o menino Erisson Nogueira, que desejava ser batizado aos 12 anos, mas não obteve permissão. Cinco anos depois, o jovem desceu às águas em uma cerimônia realizada na segunda-feira à noite, dia 11, no início da programação do Concílio, que tem como foco o Planejamento Estratégico Integrado. “Não importa se somos ricos ou pobres, Deus nos chama”, afirma Francine, confirmando que o resultado de qualquer planejamento de igreja deve ser a transformação de pessoas pela ação do Espírito Santo.
O pastor Stanley Arco, presidente da Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia, enfatiza que o processo de estruturação do Planejamento Estratégico Integrado ainda não está concluído. A intenção é que metas, objetivos e indicadores específicos, definidos nos diferentes níveis hierárquicos (Divisão, Uniões, Associações e Missões), sirvam para que o cumprimento da missão seja uma realidade concreta nas 30.363 congregações adventistas do território.
Benefícios do planejamento
Arco ressalta que o Planejamento Estratégico Integrado resultará em diversos benefícios diretos para o desenvolvimento da igreja. Uma das vantagens é a cooperação de esforços em uma mesma direção, permitindo que templos locais também participem do processo. Além disso, o plano final oferecerá respostas claras sobre como evangelizar de forma mais eficaz.
“Haverá mais diálogo entre as entidades em todos os níveis, e deveremos consolidar uma cultura constante de celebração das vitórias, por meio de reavaliações regulares. Queremos todos alinhados em um mesmo propósito”, destaca o líder sul-americano adventista.

Estratégia geral
O processo de construção do Planejamento Estratégico da Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul é realmente colaborativo. Ele começou em julho de 2024, a partir de pesquisas realizadas com mais de quatro mil pastores que atuam na área administrativa, diretores de departamentos e pastores distritais. O Plano foi estabelecido como resposta às necessidades identificadas nessa pesquisa.
A partir daí, ocorreram reuniões, envolvendo a Divisão Sul-Americana e as Uniões (dois níveis dentro da estrutura administrativa) para definição da estratégia geral. O pastor Douglas Menslin, por exemplo, foi recentemente nomeado assistente da presidência da Divisão Sul-Americana para Desenvolvimento de Liderança e Planejamento Estratégico. Uma de suas funções é garantir que todo o processo avance pelas demais etapas e chegue até a igreja local. Ao mesmo tempo, ele atua como diretor associado da Rede de Educação Adventista.
Mentoria
O segredo para que a jornada do planejamento flua com eficiência é o acompanhamento constante da liderança em todos os níveis. Segundo Menslin, a mentoria auxiliará na implementação e na avaliação do planejamento, incluindo a definição de metas, objetivos e indicadores claros.
“Esse planejamento estratégico integrado é baseado nas necessidades levantadas na pesquisa e não em projetos pré-existentes. Tudo está sendo construído com a participação de muitos, e nada do que temos até agora teve origem em apenas um pequeno grupo de pessoas”, ressalta o assessor.
Com a orientação dos diretores de departamentos da Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista, líderes de todos os ministérios existentes atuarão como mentores, responsáveis pelo acompanhamento e execução do plano nos diferentes níveis. Com isso, o papel de um diretor de departamento se amplia: deixa de ser predominantemente caracterizado pela promoção de programas, projetos ou eventos, e passa a ser também de mentor e formador de novos líderes.
Papéis institucionais
O processo já avançou com a definição dos papéis das diferentes instâncias administrativas em relação à gestão das atividades. Divisão e Uniões, por exemplo — sedes que atendem a Igreja em uma região mais ampla —, atuam no nível mais estratégico; no caso das Uniões, também devem ocorrer ações táticas.
Em relação aos campos, como Associações e Missões (sedes administrativas com área de abrangência menor, como estados, províncias ou parte deles), o trabalho será conduzido por meio de ações táticas e operacionais. No caso dos distritos pastorais, as ações serão predominantemente operacionais.
Prioridades estratégicas
Outro passo relevante no processo de construção foi a consolidação de quatro prioridades estratégicas que nortearão o trabalho geral da Igreja Adventista para o próximo quinquênio. As quatro frentes são: identidade, liderança, novas gerações e discipulado.
Essas prioridades se conectam com as chamadas ações integradas, ou seja, programas e projetos desenvolvidos de forma coesa na maioria das congregações adventistas na América do Sul. As ações integradas, já conhecidas há bastante tempo, permanecem: 10 Dias de Oração e 10 Horas de Jejum, Impacto Esperança, Evangelismo de Semana Santa e Semana da Esperança.
Objetivos gerais
Para cada prioridade estratégica (identidade, liderança, novas gerações e discipulado), serão criados parâmetros para verificar seu alcance. O direcionamento do trabalho continuará a ser realizado nas Uniões, campos (associações e missões) e, principalmente, nos distritos locais.
Identidade
- Objetivo geral 1: Fortalecer a identidade profética da Igreja Adventista do Sétimo Dia como povo remanescente.
- Objetivo geral 2: Desenvolver o compromisso dos membros com as crenças fundamentais e o estilo de vida adventista.
Discipulado
- Objetivo geral 1: Desenvolver uma relação pessoal com Deus por meio da oração, do estudo da Bíblia e da fidelidade.
- Objetivo geral 2: Envolver cada membro da igreja na salvação de alguém, por meio de seus dons, formando novos discípulos.
Liderança
- Objetivo geral 1: Formar e desenvolver líderes.
- Objetivo geral 2: Desenvolver e fortalecer as competências pastorais.
Novas gerações
- Objetivo geral 1: Comprometer as novas gerações na comunhão e adoração.
- Objetivo geral 2: Envolver as novas gerações na missão e na liderança da igreja.
Próximos passos
Segundo o pastor Douglas Menslin, a intenção é que todo o processo produza impacto na realidade local das congregações. Os membros terão a oportunidade de avaliar o que está sendo feito e propor adaptações necessárias aos diferentes contextos regionais.
O pastor Stanley Arco demonstra otimismo e estima que, até o final de 2025, o processo esteja implementado nas congregações locais. Assim, já seria possível incluir mudanças nos planos de 2026, dentro do modelo do Planejamento Estratégico Integrado.
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