Mission Trip leva voluntários gaúchos ao interior do Amazonas
Jovens utilizaram parte de suas férias em para levar atendimento médico e melhorar estrutura da comunidade

Ao longo de todo ano, ao menos 15 grupos de missionários se unem em torno de um propósito - levar ajuda e afeto para o coração da Floresta Amazônica. Durante 10 dias, voluntários participam das Mission Trip's, missões que ocorrem por um curto intervalo de tempo, e realizam diversas atividades em comunidades ribeirinhas do Rio Manacapuru, no Amazonas (AM), localizadas, muitas vezes, a horas de distância de uma cidade organizada.
Durante as férias do meio e final do ano que os movimentos missionários ganham mais adeptos. Adolescentes e jovens em recesso escolar se unem a adultos e partem para fazer a diferença na vida de muitas pessoas. No dia 24 de julho, o grupo partiu de Porto Alegre e desembarcou no aeroporto de Manaus (AM), e após duas horas de viagem de ônibus, chegaram à cidade de Manacapuru (AM), que fica às margens do Rio Amazonas.
Leia também:
- Uma igreja que vai além do culto: projetos sociais levam mais de 30 pessoas ao batismo no sul do RS
- Comunicadores gaúchos são treinados para uso estratégico de mídias e tecnologias em igrejas locais
Dali, enfrentaram mais 9 horas de barco até chegar à Comunidade Rosa de Saron. No trajeto, o barco se tornou a casa dos missionários que apreciavam a paisagem moldada pelas cheias do Rio Manacapuru. Quem decide viver nessa localidade precisa dispor de uma casa flutuante, que possibilita a adaptação às condições impostas pela natureza.
Bruna Perales, é professora e membro da Igreja Central de Porto Alegre (RS), conta que sempre quis participar de uma Mission Trip e servir como voluntária. A jovem revelou que o desejo de ter uma experiência real com Deus a motivou a participar dessa edição. “Deus pode nos usar de diversas formas. Eu cheguei aqui pensando que iria apenas cuidar das crianças mas acabei me envolvendo nas visitas domiciliares, em que pude vivenciar um pouco da realidade destas pessoas", enfatizou a voluntária.
Na comunidade ribeirinha, Bruna esteve a maior parte do tempo desconectada das redes sociais mas, ao mesmo tempo, criou novas conexões com as pessoas que conheceu por lá. “O que mais chamou atenção foi o acolhimento deles, o carinho e a forma simples, mas sincera, com que recebem a gente. Essa experiência teve um impacto muito grande em mim, me fez repensar muita coisa", afirmou.

Desafios enfrentados
Rafael Gomes, um dos coordenadores dos projetos missionários, explicou que apesar da Mission Trip durar apenas 10 dias, as atividades nas comunidades ribeirinhas são de caráter permanente. Para que isso seja possível na comunidade Rosa de Saron, a equipe esteve envolvida na construção de uma casa que vai abrigar missionários de longa permanência, dando continuidade aos trabalhos de atendimento às famílias.
Além disso, a equipe esteve empenhada na reforma de uma escola, no atendimento de saúde domiciliar, em tratamentos odontológicos, atendimento especial para as crianças e na ministração de estudos bíblicos para os interessados. “A maior dificuldade enfrentada por eles é ter acesso a qualquer tipo de produto ou serviço. O acesso à educação e a saúde são precários e eles dependem da navegabilidade dos rios que, por vezes, secam", relatou Gomes.
A médica Andressa Naomi disse ter ficado impressionada com a realidade que conheceu na comunidade. “Nas visitas domiciliares eu encontrei pessoas que tinham mais de anos que não passavam por atendimento médico e outras que nunca foram atendidas por um médico. Vi pessoas chorando por serem bem tratadas por profissionais da saúde. Tentei ajudar dentro das condições deles. Foi muito gratificante", frisou.
Ataiza Silva faz parte da comunidade Rosa de Saron e atua como professora da pequena escola local. Ela disse valorizar muito iniciativas como essa de enviar voluntários para a região. “Nós nos sentimos amados e vistos. Vocês trazem remédios e a palavra de Deus. Esses benefícios são preciosos para nós, principalmente a escola. Sem esse projeto nossa escola teria apenas dois cômodos e seria feita de madeiras", ressaltou.

Cumprindo a missão
O pastor Alex Florenço, diretor do Ministério Jovem da Igreja Adventista na região sul do Rio Grande do Sul, foi um dos responsáveis por liderar o grupo. Ele explica que as equipes que participam de uma Mission Trip na Amazônia, por exemplo, estão contribuindo para a pregação do evangelho. “Um dos benefícios para o jovem é o fortalecimento da fé e a abertura de um leque de possibilidades para que eles usem seus talentos para alcançar pessoas para Deus", afirmou.
Florenço enfatizou ainda que pregar o evangelho em lugares diferentes requer dos missionários uma sensibilidade e, ao mesmo tempo, a capacidade de adaptação da mensagem para a realidade local. “Você precisa tratar a evangelização dentro de uma contextualização. Eu preguei sobre João 15, que fala sobre vinhas. Eles não sabiam do que se tratava. Usei então o pé de caju como exemplo e eles compreenderam a mensagem", elucidou o pastor.
“Todo cristão deve estar envolvido na salvação de pessoas. Campo missionário são pessoas, são almas, é coração de gente. Seja no interior do Amazonas ou em outro país, o jovem precisa estar cumprindo o chamado de Deus", defendeu o coordenador Rafael Gomes. Para ele, jovem adventista recebeu de Deus dons e talentos para serem usados em Sua obra..
O jovem Miguel Bittencourt da cidade de Pelotas (RS) disse ter ficado impressionado com a simplicidade dos ribeirinhos e revelou ter entendido que Deus o havia escolhido para levar amor a essas pessoas. “Ser missionário é levar o amor de Deus a todas as pessoas, mesmo aquelas que eu não acredito que mereça o amor dEle. Ele quer que eu leve o amor dEle, leve a graça para quem não ainda não teve oportunidade de conhecê-lo ou aqueles precisam lembrar de Deus", pontuou.
Veja mais fotos aqui:








